quinta-feira, 27 de setembro de 2018





A matéria “Alimentos que fazem a tireoide trabalhar mais e você perder peso”, publicada pela revista Viva Saúde, edição de nº 78, infelizmente, traz em seu título uma mensagem subliminar que reflete a realidade da população brasileira em relação ao excesso de peso e ao baixo funcionamento da tireoide. Apesar de a reportagem abordar informações objetivas sobre o que é a tireoide, seus hormônios e apresentar alguns problemas comuns causados pelo desequilíbrio dessa glândula, a matéria tratou superficialmente dos efeitos da alimentação para o bom funcionamento do órgão.


Analisando inicialmente o título da matéria, nota-se que este fere a um dos princípios da Nutrição Funcional: “o tratamento centrado no paciente e não na doença”. 

Culturalmente, temos o hábito de focar no diagnóstico médico. Queremos saber qual o problema, “o que temos”. No entanto, não desmerecendo a importância do diagnóstico, há hoje uma inversão de valores que nos impede de olhar para as reais causas dos problemas que afetam a saúde. “Porque estamos doentes?” É o questionamento correto que nos levaria a uma análise de todo o histórico único do paciente. Essa ênfase é bem retratada na frase de Osler: “É mais importante saber quem é o paciente que tem a doença, do que, que doença o paciente tem”. Identificar patologias e associar ao melhor tratamento farmacológico não corta o mal pela raiz, e na maioria dos casos é apenas uma solução de curto prazo, com garantia de efeitos colaterais declarados via bula. Como já dizia o velho ditado popular: “melhor prevenir do que remediar”. Essa é a ideia da Nutrição Funcional.


Depositar a responsabilidade da perda de peso em uma única glândula seria como exigir que o jogador de um time de futebol ganhe o jogo sozinho. Analisar a tireoide separadamente desconsidera outro principio básico, conhecido como interconexão de fatores fisiológicos. A Nutrição Funcional reconhece que o bom funcionamento endócrino, no caso o da glândula tireoide, depende do equilíbrio de outros sistemas fisiológicos. Além do mais, estão bem estabelecidas pelos estudos que a obesidade e o sobrepeso são desordens nutri-neuro-imune-endócrino-metabólicas complexas, ou seja, uma associação de desequilíbrios orgânicos e nunca um desequilíbrio singular, assim como o hipotireoidismo.

A matéria deteve-se em mostrar como as disfunções da tireóide afetam o corpo em diversos sistemas, mas o raciocínio inverso também pode ser feito, visto o princípio da interconexão de fatores fisiológicos. Ao responder duas perguntar básicas, podemos fazer a conexão entre a tireoide e outros sistemas sob a ótica da Nutrição Funcional: 1) Quais necessidades individuais precisam ser adequadas para o bom funcionamento da tireoide? 2) O que a pessoa precisa retirar de sua alimentação ou minimizar o consumo que atrapalha o funcionamento do órgão?

Sabendo que nossas células representam a menor fração funcional do corpo e são dependentes de nutrientes, as células da tireoide possuem uma necessidade maior, principalmente, mas não se restringindo, em relação ao iodo, zinco e selênio. Uma segunda leva de nutrientes, também necessários, são as vitaminas A, B2, B6 e B12 e o mineral ferro. As características de uma alimentação que dão suporte a esse sistema endócrino incluem em seu cardápio alimentos como algas marinhas (Kombu, Wakame, Hijiki, kelp, Agar-agar, Chlorella, Spirulina, Lithotanium), peixes de águas frias e pequenos (pescadinha, merluza, sardinha e outros), ovos e oleaginosas (castanha do Brasil e de caju, avelã, macadâmia, nozes e amêndoas). Esse grupo de alimentos é fonte de nutrientes que participam como matéria prima na formação do hormônio T4 e da conversão deste em sua forma ativa T3. Já o sal, ao contrário do que se pensa, possui baixa biodisponibilidade de iodo devido à alta concentração de cloro que compete por sítios de absorção.

A segunda pergunta nos leva a refletir sobre a carga tóxica a qual estamos expostos diariamente seja na água, no ar, nos plásticos, nos produtos de limpeza e de higiene, assim como no alimento, contaminado com agrotóxicos e hormônios, entre outras substâncias. Considerados disruptores endócrinos, esses compostos foram definidos pela agência de proteção ambiental dos EUA como “agentes exógenos, que interferem na síntese, secreção, transporte, metabolismo, ação ligante, ou eliminação do hormônio natural presente no organismo responsável pela homeostase, reprodução, além de processos de desenvolvimento”.

Documento publicado este ano pela Sociedade Endócrina sintetizou estudos que mostram a capacidade de mais de 150 compostos de interferir em diferentes pontos na produção dos hormônios tireoidianos

Outro ponto para o qual devemos nos atentar é o glúten. Estudos têm feito associação entre esta fração protéica e o desenvolvimento de doenças autoimunes como a tireoidite de Hashimoto. Isso ocorre devido a uma reação imune equivocada frente à semelhança entre os aminoácidos presentes no tecido glandular e no glúten.

Respondidas as perguntas, fica fácil situar a participação de outros órgãos nos desequilíbrios tireoidianos. Entre os diversos sistemas orgânicos, dois possuem destaque nesse caso: sistema gastrintestinal e ao de destoxificação, bem representados pelos intestinos e fígado, respectivamente.

O intestino possui dois papéis primordiais: absorver os nutrientes (I, Zn, Se, Fe, Vit A, B2, B6 e B12) e excluir todo o restante (disruptores endócrinos e alérgenos). 

Para realizar essas tarefas e não super ativar o sistema de defesa, sua integridade se faz necessária, visto que 60 a 80% do sistema imunológico está presente ao longo do tubo gastrintestinal. Como bem descrito no texto “Nutrientes para potencializar nosso sistema de defesa” da Dra. Camilla Almeida Menezes, deveríamos consumir alimentos que fortalecessem essa barreira. No entanto, quando isso não ocorre, aquilo que não deveria ser absorvido é, enquanto que os nutrientes não são. A entrada das toxinas e do glúten ativa o sistema imunológico, levando a inflamação crônica subclínica e processos alérgicos tardios que perpetuam em todo o organismo sem apresentar características clássicas como dor, ou calor, tornando difícil a identificação e causando um estrago enorme, por exemplo, na tireoide.

Já o fígado, usina metabólica do organismo, tem o papel de processar, armazenar, redistribuir e tornar possível a excreção de quase tudo que entra no organismo. Quando íntegro, garante a conversão de grande parte do hormônio T4 em T3, dependente de zinco e selênio. Porém, a carência nutricional e a sobrecarga tóxica o impede de realizar suas funções, congestionando a função hepática.

Além de direcionar os fatores alimentares, as toxinas e alérgenos, outras estratégias podem ajudar no equilíbrio da tireoide, como exposição solar adequada, água e ar de qualidade, regulação do ciclo biológico de sono e vigília, relaxamento ativo, movimento, ritmo, amor, conexão, relacionamento, e propósito. Percebe-se que a glândula precisa do fígado e intestinos íntegros para garantir seu adequado funcionamento. Tudo funciona bem quando nutrimos nossas células. Então, procure um profissional capacitado para direcionar suas individualidades bioquímicas através de uma alimentação saudável, pois a grande fonte do bem estar está no estilo de vida!

** Texto elaborado pelo Dr. Nélio Carlos de Araújo Santos Filho, aluno bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018




NUTRIÇÃO EM PROL DA MELHOR IDADE SEM ALZHEIMER





“O que a ciência já sabe sobre a doença de Alzheimer”, esse é o título da matéria publicada pela revista “Viva Saúde”, edição nº 78. Mas será que tudo que se sabe para o controle dessa condição apenas envolve descoberta de genes, avanço no diagnóstico, novos remédios e vacinas? O texto aborda o efeito degenerativo da doença, o que pode ser didaticamente elucidado no site da Alzheimer’s Association em uma apresentação disponível em português: A viagem ao cérebro (http://www.alz.org/alzheimers_disease_4719.asp). Contudo, a reportagem deixa uma grande interrogação no que diz respeito à nutrição e alimentação.
O cérebro, assim como todo o restante do nosso organismo, é formado por células.

Sua estrutura e função dependem dos nutrientes. Estudos mostram que inúmeros aspectos da cognição são comprometidos pela má nutrição desde a infância. Observando a realidade alimentar da população brasileira e global, não é de se espantar que 8,7% das crianças entre 8 e 15 anos foram “rotuladas” com TDAH ou transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, e 1 em cada 10 crianças tomem medicamentos estimulantes como ritalina. 

Já o autismo afeta 1 em cada 166 crianças e sua incidência aumentou em 11 vezes na última década.

Problemas com o aprendizado afetam entre 5% e 10% das crianças em idade escolar. A doença de Alzheimer (DA) é o comprometimento cerebral após longa data de desequilíbrios, que hoje já afetam as crianças.


A Alzheimer’s Disease International (ADI) estima que existam atualmente 30 milhões de pessoas com demência no mundo, e 4,6 milhões de novos casos anualmente (um novo caso a cada 7 segundos); assim, em 2050 mais de 100 milhões de pessoas poderão estar afetadas, principalmente pessoas da terceira idade. A DA é a forma mais comum de demência, contando de 50 a 60% de todos os casos, e no Brasil acomete cerca de um milhão de pessoas.
Há pouco tempo, os considerados tradicionais fatores de risco para DA (idade avançada, histórico familiar de demência e polimorfismo do gene ApoE 4) mantiveram a prevenção longe das prioridades tanto de pesquisa quanto da prática clínica.

Entretanto, nos últimos anos, estudos vêm acumulando evidências de que fatores de risco modificáveis relacionados ao estilo de vida também são importantes na DA. Uma série de estudos mostra que os mesmos fatores de risco para as doenças cardiovasculares também contribuem para a DA. Entre esses estão a obesidade, hipertensão, dislipidemia, diabetes, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool. 




Essas informações, quando rearranjadas e reavaliadas, sugerem que os mesmos mecanismos deletérios que acometem o sistema cardiovascular também afetam o cérebro.

Uma revisão sistemática publicada este ano no European Journal of Neurology traz a seguinte sentença: “Apesar de as pesquisas na DA focarem no desenvolvimento de intervenções baseado na hipótese da cascata amiloide, acredita-se que a DA não é uma condição singular definida exclusivamente por placas e emaranhados, mas sim o resultado de uma sobreposição conjunta de processos biológicos que constituem formas de envelhecimento cerebral grave”.

E são justamente esses processos biológicos desencadeados por uma gama de fatores ambientais e comportamentais que influenciam o envelhecimento cerebral e a DA. Na ótica da Nutrição Funcional, são vistos como desequilíbrios fisiológicos, resultado da interação entre os genes com o ambiente. No caso da DA, os desequilíbrios oxidativo, inflamatório, estrutural e neuroendócrino são mais pronunciados. Nesse sentido a nutrição, considerada causa básica, também é solução, sendo capaz de modular esses processos prevenindo, retardando e melhorando a sintomatologia característica da doença.

Na última década, muitas investigações foram realizadas para avaliar a efetividade da dieta do mediterrâneo na prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas como Alzheimer e principalmente de doenças cardiovasculares. Esta dieta é caracterizada por um alto consumo de peixes, vegetais, legumes, frutas, cereais integrais, azeite de oliva, baixo consumo de produtos lácteos, carnes e gordura saturada, assim como o consumo moderado de álcool, principalmente na forma de vinho tinto.

Em recente meta-análise publicada no Britsh Medical Journal, foi avaliada a relação entre aderência à dieta do mediterrâneo e a mortalidade e incidência de doenças crônicas. O resultado mostrou aumento significativo no nível de saúde. Houve redução de 9% nas taxas de mortalidade total e por doenças cardiovasculares, diminuição de 6% nas taxas de mortalidade por câncer e de 13% na incidência de Parkinson e Alzheimer. Em contraste, um estudo populacional realizado na Polônia avaliou o perfil alimentar de indivíduos diagnosticados com a DA. Os resultados mostraram um alto consumo de carnes, produtos lácteos com elevado teor de gordura e açúcar refinado, além de baixo consumo de frutas e verduras.

O padrão alimentar ocidental possui características contrárias ao padrão mediterrâneo. É pró-inflamatório, pró-oxidante, promove desestruturação celular e gera desequilíbrios neuroendócrinos. Esses desequilíbrios são mais suscetíveis no tecido cerebral devido à sua composição e atividade metabólica. Composto por 60% de gordura, o cérebro pesa apenas 2% do peso corporal, usa 20% do oxigênio que respiramos e em torno de 20% das calorias que consumimos.

Contém 100 bilhões de células conectadas às outras por aproximadamente 40.000 conexões (sinapses). Este é o número de conexões cerebrais que estão constantemente mandando e recebendo mensagens que mantém nossa saúde. Cada uma dessas conexões interage pelas membranas celulares que, quando não estão saudáveis, perdem efetividade e rapidez.

As membranas celulares dos neurônios são consideradas peças-chave para a ótima comunicação cerebral. O alto consumo de ômega-6, característico da dieta ocidental, deixa a estrutura rígida e não funcional, o que associado a ausência de antioxidantes desse padrão alimentar e a atividade metabólica cerebral, favorece ao estresse oxidativo, que por sua vez conduz a processos inflamatórios e vice-versa. Este processo impede a membrana de realizar boa comunicação e a célula fica incapaz de produzir quantidades suficientes de energia. Alguns estudos chamaram a DA de diabetes tipo 3 devido a identificação de resistência a insulina cerebral caracterizada por estes danos a membrana.

Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e os antioxidantes são os grandes responsáveis por estruturar e proteger a membrana celular, além de controlar a expressão gênica, regular o sistema imunológico e os processos inflamatórios, melhorando o metabolismo como um todo.

Dado o padrão alimentar deficiente nestes nutrientes, é fácil entender um dos porquês que vivemos hoje uma epidemia de desordens psiquiátricas e neurológicas.

A íntima relação entre nutrição e saúde vem sendo intensivamente estudada pela ciência por mais de meio século. No entanto, modelos convencionais persistem em enxergar um único agente causando uma única doença associada a um único tratamento. Análises lineares como esta estão fadadas ao fracasso frente às desordens multifatoriais como o Alzheimer. Um modelo mais adequado entende que uma condição é resultado de vários desequilíbrios, e um desequilíbrio pode levar a várias condições patológicas. O raciocínio sistêmico considera esses desequilíbrios moleculares que afetam todo o organismo. Identificá-los e modulá-los é a maneiro como a nutrição pode intervir na DA.

** Texto pelo departamento científico da VP Consultoria **


segunda-feira, 29 de janeiro de 2018


NUTRICOSMÉTICOS


Nutricosméticos são suplementos dietéticos com função cosmética que fornecem elementos essenciais para o desenvolvimento e saúde cutâneas.

Os nutricosméticos possuem ativos em sua formulação como ácidos graxos, aminoácidos, vitaminas e minerais que atuam de forma sinérgica ou isoladamente.

Alguns exemplos de nutricosméticos:

-Zinco: Cofator essencial para muitas enzimas, reduz sintomas de acne e está presente também no folículo capilar sendo por isso essencial para fortalecimento de cabelos.

-Vitamina E: Maior antioxidante lipossolúvel presente no corpo humano, sendo imunoestimulante e auxilia na síntese de colágeno.

-Vitamina B3: Antioxidante responsável também por aumento da síntese de colágeno.

-Vitamina C: Combate os radicais livres que causam envelhecimento precoce e é essencial para síntese de colágeno.

-Biotina: ou vitamina B 7 - É encontrada em maiores concentrações na pele, cabelo e unhas. Aumenta a força e tensão capilar.

-Coenzima Q 10: Antioxidante que é responsável pelo aumento da energia mitocondrial, aumenta também elasticidade da pele.

-Exynutriment: Molécula baseada em ácido ortosilicico que torna o silício mais biodisponivel. Estimula síntese de colágeno e elastina .

-Oli-Ola ( Extrato do fruto da oliva ):  Reduz a melanogênese.

São muitos os nutricosméticos existentes e com suas mais diversas funções ( crescimento capilar, fortalecimento de unhas, redução de flacidez, elasticidade da pele, redução de celulite etc ) . Estes  devem ser prescritos por profissional competente de acordo com a individualidade de cada paciente e de acordo com exames laboratoriais.



*Não existe receita de bolo, cada paciente é único e requer avaliação individual*

Mais alguns nutricosméticos importantes utilizados na minha prática clínica:

-FCC ( fosfolipideos de caviar ) , Bio Arct, Óleo de linhaça, Glycoxil, Ácido Hialurônico em pó, colágeno, queratina etc

Amanda L. Nogarolli de Carvalho
Nutricionista Clínica Funcional CRN 8: 4811
Membro da Academia Brasileira de Nutrição Funcional
Consultório: 3336-1205 / 99258-4197


terça-feira, 16 de janeiro de 2018


FIBROMIALGIA



Boa Dia Queridos!

Hoje queria falar um pouco sobre Fibromialgia  ( síndrome comum em que a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles , condição que se apresenta constantemente em meu consultório e na qual a Nutrição Funcional pode ajudar muito.

-Alergias Alimentares ,stress, fatores ambientais , estresse oxidativo, inflamação, alteração da permeabilidade intestinal e disfunção mitocondrial têm tido suas presenças descritas em diversas formas de dor crônica  como a fibromialgia. Todos esses fatores são influenciáveis pela dieta, conferindo à Ciência da Nutrição grande potencial ao tratamento e à prevenção destas moléstias.

-Os pacientes com Fibromialgia apresentam em sua grande maioria  uma alteração de permeabilidade intestinal , disbiose intestinal, síndromes fúngicas que são causadas pelo alto consumo principalmente de alimentos como:

*Consumo regular de leite e derivados, glúten, açúcares, cítricos, amendoim, oleaginosas, cafeína etc ( Individualidade )  em detrimento do baixo consumo de alimentos protetores ( frutas, verduras, etc ) .

*O consumo destes alimentos inflamatórios por si só gera um aumento de síndrome fúngica o que leva a uma hipoglicemia que diminui a produção de ácido málico ( produtos de energia mitocondrial ) levando a : Falta de energia pro Sistema Nervoso Central e músculo levando a quadros como Depressão, Ansiedade, Embotamento Cerebral , Dores em geral .

-Esses fatores são altamente influenciáveis pela dieta, conferindo à Ciência da Nutrição grande potencial ao tratamento e à prevenção destas moléstias.



Quando pensamos em Fibromialgia também precisamos pensar que é fundamental melhorar a energia mitocondrial do paciente como um todo e a  mitocôndria é a organela encarregada pela geração de energia dentro de uma célula. Situações em que este elemento tem sua função reduzida podem desencadear entre outros problemas, a dor crônica, nesse caso a Fibromialgia. Mitocôndrias necessitam de vitaminas do complexo B, coenzima Q10, magnésio, vitaminas e minerais antioxidantes, entre outros nutrientes para um bom funcionamento ( suplementos individualizados ) .
Dores crônicas ameaçam a qualidade de vida da população, e o aumento de sua prevalência é preocupante. Alterações dos hábitos alimentares são indispensáveis para a mudança deste quadro, e dependem de um intenso trabalho de educação nutricional.





É importante enfatizar que na conduta do profissional Nutricionista Funcional não adianta somente retirarmos os alimentos causadores dos desequilíbrios orgânicos  por determinado período, é essencial retirar o que agride por um período mas paralelamente reintroduzir os nutrientes que  irão fazer o organismo funcionar ( isso envolve alimentação anti-inflamatória individualizada, suplementos individualizados dentre estes vitamina D - entre 60 e 70 no caso de fibromialgia é fundamental - , co q10, probióticos, glutamina, comp b , magnésio, antioxidantes específicos etc .

A resposta está sempre dentro de nós e o primeiro passo para mudança começa com o que fazemos constantemente: Sua Nutrição!


Amanda Nogarolli
Nutricionista Clínica Funcional CRN 8: 4811
Membro da Academia Brasileira de Nutrição funcional

Consultório: 99258-4197/ 3336-1205

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018



INTOXICAÇÃO POR ALUMÍNIO







Tenho atendido muitos pacientes na clínica apresentando  valores altos de metais tóxicos, dentre estes o alumínio. Por isso gostaria de explicar um pouco a correlação existente entre nutrição e intoxicação por metais.

Estudos indicam que existem diversas barreiras em nosso organismo (barreira no trato gastro intestinal, nos pulmões e na pele, além da barreira hematoencefálica ) que impedem a absorção de metais tóxicos (  alumínio por exemplo ) .

Diversos fatores podem provocar alterações locais e sistêmicas que prejudicam a barreira do trato gastro intestinal ( permeabilidade intestinal  ), de forma que materiais estranhos, parasitas e metais pesados ( alumínio, mercúrio etc ) podem transpor os mecanismos de defesa.

Assim a absorção do ALUMINÍO por exemplo pode sofrer um aumento caso o organismo não apresente mecanismos de defesa intestinais adequados representados por uma mucosa intestinal integra com ambiente gástrico equilibrado ( bactérias probióticas, boa produção de ácido clorídrico, enzimas digestivas etc ), e caso o organismo não tenha uma função hepática adequada para correta eliminação de toxinas e metais tóxicos.

E quais seriam esses mecanismos de defesa adequados ?


Primeiramente é importante um intestino saudável que bloqueia a entrada desses metais tóxicos na corrente sanguínea, é importante também um bom funcionamento de fígado auxiliando na destoxificação hepática e com isso o consumo de compostos  que irão contribuir nessa destoxificação como : 

-Polifenóis  presentes no chá verde, os isotiocianatos presentas nas brássicas ( Couve, repolho, Brócolis, Couve Flor ),  os compostos organossulfurados do alho

A ingestão de cereais integrais e de alimentos prebióticos também é importante para estimular o crescimento bacteriano saudável. Além disso é importante estimular o consumo de alimentos orgânicos .

Claro que aqui apresentamos uma pequena pincelada do que deve ser feito para reduzir o acúmulo desses metais que por sinal têm se mostrado como potencializadores de doenças neurodegenerativas,mas o principal é uma avaliação detalhada feita por profissional para se avaliar a individualidade bioquímica de cada organismo, a partir de exames laboratoriais  e do rastreamento de sinais clínicos, promovendo  assim  o equilíbrio bioquímico do organismo como um todo.

Fontes:


Nutrição Clínica Funcional, dos princípios à prática clínica. Valéria Paschoal, 2010.

Amanda L. Nogarolli 
Nutricionista Clínica Funcional
Membro da Academia Brasileira de Nutrição Funcional 


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

LEITE E DERIVADOS E ALERGIAS







INÚMEROS ESTUDOS DEMONSTRAM A RELAÇÃO DE LEITE E DERIVADOS  COM PROCESSOS ALÉRGICOS POR DIVERSOS MECANISMOS IMUNOLÓGICOS. A MAIOR PARTE DAS ALERGIAS ALIMENTARES PROVOCAM REAÇÕES TARDIAS E SÃO MEDIADAS POR IGG, PRINCIPALMENTE PODENDO DESENCADEAR SINTOMAS DE 2 HORAS A 3 DIAS APÓS O CONTATO COM OS ALÉRGENOS, SENDO PORTANTO DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO.

ENTRE OS ALIMENTOS MAIS ALERGÊNICOS, O LEITE DE VACA É O MAIS FREQUENTE. A MAIOR RELAÇÃO DOS DERIVADOS DE LEITE COM AS ALERGIAS TARDIAS SE DEVE AO FATO DO ORGANISMO NÃO DIGERIR A BETA – LACTOGLOBULINA E A CASEINA ( PROTEÍNAS DO LEITE ).

 AS PROTEÍNAS ALERGÊNICAS DOS LÁCTEOS PROVOCAM UMA INFLAMAÇÃO NA MUCOSA INTESTINAL CAUSANDO ALTERAÇÃO NA PERMEABILIDADE INTESTINAL DA MESMA, FACILITANDO A PASSAGEM DE MACROMOLÉCULAS E METAIS TÓXICOS PARA A CORRENTE SANGUÍNEA, ALÉM DE PROMOVER A MÁ ABSORÇÃO DE NUTRIENTES, GERANDO UMA SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO

COMO A MUCOSA INTESTINAL É PRODUTORA DE SUBSTÂNCIAS COMO SEROTONINA, HORMÔNIOS E ENXIMAS DIGESTIVAS, SUA ALTERAÇÃO PREJUDICARÁ AS FUNÇÕES EXECUTADAS POR ESSAS SUBSTÂNCIAS QUE SERIAM PRODUZIDAS E LIBERADAS NA CIRCULAÇÃO SANGUINEA PARA UMA POSSÍVEL AÇÃO NO ORGANISMO TAMBÉM. ALÉM DISSO ESSAS MACROMOLÉCULAS ( DOS LÁCTEOS E DE OUTROS ALIMENTOS COMO GLÚTEN ) QUE CONSEGUIRAM ATRAVESSAR ESSA MUCOSA INTESTINAL ALTERADA PODEM PROVOCAR UMA REAÇÃO NO ORGANISMO NO SENTIDO DE COMBATÊ-LAS POIS SÃO ENTENDIDAS COMO ANTÍGENOS, NECESSITANDO SER ELIMINADAS.

PARA ISSO ALÉM DA AÇÃO DE FAGÓCITOS, PODERÁ EXISTIR A FORMAÇÃO DE ANTICORPOS E ESTIMULO DO SISTEMA DO COMPLEMENTO, HAVENDO LIBERAÇÃO DE HISTAMINAS , PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS INFLAMATÓRIAS. TODAS ESSAS REAÇÕES EM CONJUNTO PODEM DESENCADEAR SINTOMAS EM DIVERSOS ÓRGÃOS  ALVO, PODENDO SE MANIFESTAR POR ALTERAÇÕES FÍSICAS, MENTAIS E/OU EMOCIONAIS.


DIVERSOS ESTUDOS MOSTRAM A RELAÇÃO DE ALERGIA TARDIA PRINCIPALMENTE À LEITE DE VACA COM OTITE, DERMATITE, RINITE, SINUSITE, BRONQUITE, AMIDALITE, OBESIDADE, AUMENTO DE RESISTÊNCIA À INSULINA, AUMENTO DA FORMAÇÃO DE MUCO, GASTRITE, ESOFAGITE, REFLUXO, OBSTIPAÇÃO INTESTINAL, ENXAQUECA, FADIGAS INEXPLICÁVEIS, ARTRITE REUMATÓIDE, ANSIEDADE E ATÉ MESMO DEPRESSÃO.

NO PROCESSO ALÉRGICO TARDIO, A HISTAMINA É LIBERADA EM PEQUENAS QUANTIDADES, NÃO DESENCADEANDO SINTOMAS ALÉRGICOS IMEDIATOS, PORÉM, EM QUANTIDADE PEQUENA TEM AÇÃO DE RELAXANTE CEREBRAL, DANDO SENSAÇÃO DE CONFORTO E RELAXAMENTO, LIGANDO O ALIMENTO ( ALÉRGENO ) INGERIDO PRIMEIRAMENTE AO PRAZER, E NÃO AOS PROBLEMAS QUE ELE TRARÁ DEPOIS DE UM TEMPO VARIÁVEL.

OS SINTOMAS TARDIOS SÃO RELACIONADOS COM A NECESSIDADE DE MAIOR FORMAÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS, E UMA QUEDA DA SEROTONINA, LEVANDO A SENSAÇÃO DE ANSIEDADE ETC.OUTRO FATOR QUE PODERÁ GERAR VÍCIO AO ALIEMENTO SENSIBILIZANTE É A FERMENTAÇÃO QUE A MICROBIOTA PODERÁ FAZER DA CASEÍNA, DA BETALACTOGLOBULINA ( E TAMBÉM DO GLÚTEN ), PRODUZINDO SUBSTÂNCIAS QUE OCUPAM O LUGAR DE AMINAS BIOLÓGICAS COMO SEROTONINA, MODIFICANDO O COMPORTAMENTO, PODENDO LEVAR A SINTOMAS COMO HIPERATIVIDADE, EXCITAÇÃO, E DEPOIS DE UM TEMPO VARIÁVEL À ANSIEDADE E ATÉ MESMO DEPRESSÃO.

É IMPORTANTE ENTENDER QUE O PROCESSO ALÉRGICO TARDIO NÃO SE MANIFESTA PELA PRESENÇA DA SUBSTÂNCIA ALERGÊNICA E SIM PELO CONSUMO FREQUENTE DA MESMA EM DETRIMENTO DE UMA NUTRIÇÃO CELULAR INADEQUADA




TEXTO RETIRADO DO LIVRO: ALIMENTAÇÃO, PROBLEMA E SOLUÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS – DENISE MADI CERREIRO

sexta-feira, 27 de outubro de 2017



BOLO DE BANANA DIVINO!!



Bom Dia Queridos!

Segue abaixo receita desse bolo prático, fácil e delicioso! ( Super Saudável! ).

Ingredientes:

2 bananas médias ou 3 pequenas
3 ovos
200 ml de leite de coco
3 c sopa de óleo - usei de arroz
1 colher de chá de canela em pó
1 xícara de farinha de arroz integral
3 c sopa de farinha de aveia
1/2 xícara de açúcar - usei de coco
4 c sopa de farinha de amêndoas
1 colher de chá de fermento em pó
2 bananas cortadas em fatias finas e canela em pó - para colocar no final**

Preparo:

Bater no liquidificador as bananas, ovos, leite de coco, óleo e açúcar. Levar essa mistura em uma travessa e misturar à mão com a canela, farinha de arroz integral, farinha de aveia, farinha de amêndoas e fermento.

Levar a mistura a uma assadeira untada de 25 cm e misturar 2 bananas picadas e canela em pó por cima.

Forno pré aquecido 180 graus por 30 minutos.

Bom Apetite!! 

Obs: Esse bolo fica bom para comer tanto quante quanto frio. 


sexta-feira, 14 de julho de 2017



CONSTIPAÇÃO INTESTINAL




A constipação intestinal é caracterizada por uma alteração do trânsito do intestino grosso, com diminuição do número de evacuações, fezes endurecidas e esforço à defecção. 

Devido à rotina dos dias atuais, os hábitos alimentares mudaram e o consumo de fibras está bem abaixo da recomendação diária. 

As fibras alimentares fazem parte dos carboidratos e são classificadas em solúveis e insolúveis. As fibras solúveis possuem o efeito de retardar o esvaziamento gástrico, a absorção de lipídios e aumentar o volume e a maciez das fezes. Já as fibras insolúveis têm como finalidade acelerar o trânsito intestinal sendo, portanto, as mais indicadas para o tratamento da obstipação intestinal. A recomendação é o consumo de 20 a 35 g de fibra alimentar diariamente. Grãos integrais, feijões, ervilha, raízes vegetais e algumas frutas, como mamão, manga, abacaxi, laranja e ameixa são bons exemplos de alimentos com a característica de auxiliar no funcionamento do intestino.

Outro fator importante é a ingestão hídrica. Consumir uma quantidade adequada de líquidos todos os dias é fundamental para que as fibras possam agir, alterando o peso e a maciez das fezes e facilitando a formação do bolo fecal e o peristaltismo.

Além do aumento no consumo de fibras e da ingestão hídrica, é necessário avaliar se o intestino é realmente saudável. 

O quadro de disbiose intestinal, ou seja, o desequilíbrio entre a microbiota saudável e a patogênica (com aumento desta última) está relacionado com o quadro de constipação. Dessa forma, alimentos com elevado potencial alergênico, como os laticínios, o glúten e a soja e alimentos ricos em carboidratos simples, como doces, chocolates e bebidas industrializadas devem ser evitados para que seja restabelecido o equilíbrio intestinal. 

Ainda, a suplementação de probióticos na dieta irá acelerar a modulação da flora do intestino. Porém, é necessário sempre o acompanhamento nutricional para a obtenção de resultados positivos.

Por fim, é importante respeitar o estímulo da evacuação, procurando não ignorar, fugir ou retardar o processo quando sentir vontade. Intervenções simples, porém não menos importantes, são garantias de uma visita diária ao banheiro.

Retirado do site da VP Consultoria Científica 


Referências Bibliográficas

1. CUPPARI, L. Nutrição: nutrição clínica no adulto. Ed. Manole, São Paulo, 2002.
2. PASCHOAL, V.; NAVES, A.; DA FONSECA, A. B. B. L. Nutrição Clínica Funcional: dos princípios à prática clínica. 1ª ed., VP Editora, São Paulo, 2007.

sábado, 27 de maio de 2017


NUTRIÇÃO EM PROL DA MELHOR IDADE SEM ALZHEIMER






Retirado do site da VP Consultoria Nutricional.


“O que a ciência já sabe sobre a doença de Alzheimer”, esse é o título da matéria publicada pela revista “Viva Saúde”.

Mas será que tudo que se sabe para o controle dessa condição apenas envolve descoberta de genes, avanço no diagnóstico, novos remédios e vacinas? 

O texto aborda o efeito degenerativo da doença, o que pode ser didaticamente elucidado no site da Alzheimer’s Association em uma apresentação disponível em português: A viagem ao cérebro (http://www.alz.org/alzheimers_disease_4719.asp). 

Contudo, a reportagem deixa uma grande interrogação no que diz respeito à nutrição e alimentação.

O cérebro, assim como todo o restante do nosso organismo, é formado por células.



Sua estrutura e função dependem dos nutrientes. Estudos mostram que inúmeros aspectos da cognição são comprometidos pela má nutrição desde a infância. Observando a realidade alimentar da população brasileira e global, não é de se espantar que 8,7% das crianças entre 8 e 15 anos foram “rotuladas” com TDAH ou transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, e 1 em cada 10 crianças tomem medicamentos estimulantes como ritalina. Já o autismo afeta 1 em cada 166 crianças e sua incidência aumentou em 11 vezes na última década.

Problemas com o aprendizado afetam entre 5% e 10% das crianças em idade escolar. A doença de Alzheimer (DA) é o comprometimento cerebral após longa data de desequilíbrios, que hoje já afetam as crianças.


A Alzheimer’s Disease International (ADI) estima que existam atualmente 30 milhões de pessoas com demência no mundo, e 4,6 milhões de novos casos anualmente (um novo caso a cada 7 segundos); assim, em 2050 mais de 100 milhões de pessoas poderão estar afetadas, principalmente pessoas da terceira idade. A DA é a forma mais comum de demência, contando de 50 a 60% de todos os casos, e no Brasil acomete cerca de um milhão de pessoas.

Há pouco tempo, os considerados tradicionais fatores de risco para DA (idade avançada, histórico familiar de demência e polimorfismo do gene ApoE 4) mantiveram a prevenção longe das prioridades tanto de pesquisa quanto da prática clínica.

Entretanto, nos últimos anos, estudos vêm acumulando evidências de que fatores de risco modificáveis relacionados ao estilo de vida também são importantes na DA. Uma série de estudos mostra que os mesmos fatores de risco para as doenças cardiovasculares também contribuem para a DA. 

Entre esses estão a obesidade, hipertensão, dislipidemia, diabetes, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool. Essas informações, quando rearranjadas e reavaliadas, sugerem que os mesmos mecanismos deletérios que acometem o sistema cardiovascular também afetam o cérebro.

Uma revisão sistemática publicada este ano no European Journal of Neurology traz a seguinte sentença: “Apesar de as pesquisas na DA focarem no desenvolvimento de intervenções baseado na hipótese da cascata amiloide, acredita-se que a DA não é uma condição singular definida exclusivamente por placas e emaranhados, mas sim o resultado de uma sobreposição conjunta de processos biológicos que constituem formas de envelhecimento cerebral grave”.

E são justamente esses processos biológicos desencadeados por uma gama de fatores ambientais e comportamentais que influenciam o envelhecimento cerebral e a DA. Na ótica da Nutrição Funcional, são vistos como desequilíbrios fisiológicos, resultado da interação entre os genes com o ambiente. 

No caso da DA, os desequilíbrios oxidativo, inflamatório, estrutural e neuroendócrino são mais pronunciados. Nesse sentido a nutrição, considerada causa básica, também é solução, sendo capaz de modular esses processos prevenindo, retardando e melhorando a sintomatologia característica da doença.

Na última década, muitas investigações foram realizadas para avaliar a efetividade da dieta do mediterrâneo na prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas como Alzheimer e principalmente de doenças cardiovasculares. 

Esta dieta é caracterizada por um alto consumo de peixes, vegetais, legumes, frutas, cereais integrais, azeite de oliva, baixo consumo de produtos lácteos, carnes e gordura saturada, assim como o consumo moderado de álcool, principalmente na forma de vinho tinto.


Em recente meta-análise publicada no Britsh Medical Journal, foi avaliada a relação entre aderência à dieta do mediterrâneo e a mortalidade e incidência de doenças crônicas. O resultado mostrou aumento significativo no nível de saúde. Houve redução de 9% nas taxas de mortalidade total e por doenças cardiovasculares, diminuição de 6% nas taxas de mortalidade por câncer e de 13% na incidência de Parkinson e Alzheimer. Em contraste, um estudo populacional realizado na Polônia avaliou o perfil alimentar de indivíduos diagnosticados com a DA. Os resultados mostraram um alto consumo de carnes, produtos lácteos com elevado teor de gordura e açúcar refinado, além de baixo consumo de frutas e verduras.


O padrão alimentar ocidental possui características contrárias ao padrão mediterrâneo. É pró-inflamatório, pró-oxidante, promove desestruturação celular e gera desequilíbrios neuroendócrinos. Esses desequilíbrios são mais suscetíveis no tecido cerebral devido à sua composição e atividade metabólica. Composto por 60% de gordura, o cérebro pesa apenas 2% do peso corporal, usa 20% do oxigênio que respiramos e em torno de 20% das calorias que consumimos.

Contém 100 bilhões de células conectadas às outras por aproximadamente 40.000 conexões (sinapses). Este é o número de conexões cerebrais que estão constantemente mandando e recebendo mensagens que mantém nossa saúde. Cada uma dessas conexões interage pelas membranas celulares que, quando não estão saudáveis, perdem efetividade e rapidez.

As membranas celulares dos neurônios são consideradas peças-chave para a ótima comunicação cerebral. O alto consumo de ômega-6, característico da dieta ocidental, deixa a estrutura rígida e não funcional, o que associado a ausência de antioxidantes desse padrão alimentar e a atividade metabólica cerebral, favorece ao estresse oxidativo, que por sua vez conduz a processos inflamatórios e vice-versa. Este processo impede a membrana de realizar boa comunicação e a célula fica incapaz de produzir quantidades suficientes de energia. Alguns estudos chamaram a DA de diabetes tipo 3 devido a identificação de resistência a insulina cerebral caracterizada por estes danos a membrana.

Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e os antioxidantes são os grandes responsáveis por estruturar e proteger a membrana celular, além de controlar a expressão gênica, regular o sistema imunológico e os processos inflamatórios, melhorando o metabolismo como um todo.



Dado o padrão alimentar deficiente nestes nutrientes, é fácil entender um dos porquês que vivemos hoje uma epidemia de desordens psiquiátricas e neurológicas.


A íntima relação entre nutrição e saúde vem sendo intensivamente estudada pela ciência por mais de meio século. No entanto, modelos convencionais persistem em enxergar um único agente causando uma única doença associada a um único tratamento. Análises lineares como esta estão fadadas ao fracasso frente às desordens multifatoriais como o Alzheimer. Um modelo mais adequado entende que uma condição é resultado de vários desequilíbrios, e um desequilíbrio pode levar a várias condições patológicas. O raciocínio sistêmico considera esses desequilíbrios moleculares que afetam todo o organismo. Identificá-los e modulá-los é a maneiro como a nutrição pode intervir na DA.

Retirado do site VP Consultoria Nutricional.